sexta-feira, 10 de junho de 2011

Olhe para o lado? O que você vê?

Se estiver no Brasil, na certa alguém diferente de você próprio. A verdade é que não somos iguais. O mundo se constrói com diferenças, não com igualdades e é essa diversidade que o torna atraente. Pessoas são diferentes. Lugares, também. As culturas, o modo de viver, o sentir, o comportar-se, a cor da pele, a religião, os gostos, tudo aponta para a diferença.

Se somos diferentes, temos, no entanto, algumas coisas em comum. A primeira delas é que estamos todos presos ao mesmo planeta, embora em espaços diferentes. E isso nos leva a uma primeira reflexão: só temos um mondo. E, nele, uma única chance de o manter para nós mesmos e para futuras gerações. Esta é a grande base comum que une toda a humanidade, a preservação do planeta e, nele, o habitat para o homem.

Temos, também, uma só vida. E isso é ainda mais verdadeiro em relação ao homem. Cada um de nós carrega uma carga genética que nos aproxima, apesar das identidades multifacetadas, dos parâmetros culturais, dos credos, dos gostos, da própria vida. E esta é uma vida curta. Então, por que não vivê-la em harmonia. E essa harmonia se dá não só em relação ao planeta, que precisamos preservar, mas e principalmente em relação aos nossos semelhantes.

Um mundo, uma vida então não significa que todos tenhamos de ser iguais, ter as mesmas crenças, adotar os mesmos padrões culturais. Significa, sim, respeitar a diversidade, saber que existem diferenças, que não temos as mesmas crenças, os mesmos gostos, dizer não a padronização, respeitar o espaço do outro e reconhecer que ele tem tanto direito como nós de defender aquilo em que acredita.

Só apostando na diversidade, que provoca o entendimento, premia a comunicação e obriga à coabitação é que teremos, verdadeiramente, um mundo onde os direitos humanos sejam para todos. Coabitar – e somos levados compulsoriamente a isso – significa, no final, respeitar os espaços, as crenças e a cultura do outro. Saber que ele é diferente, mas que, no fundo da diferença existe um ser humano, que é igual a todos nós.

Brancos, negros, amarelos, pardos, índios, nórdicos, africanos, asiáticos, brasileiros ou latino-americanos somos, no final, todos homens. E temos todos a mesma carga de DNA. É sobre uma base comum, que alia identidade e diversidade, que podemos construir um mundo mais justo, respeitando o que o outro é, faz e pensa. E assim, coabitar o planeta, construindo desde já uma utopia que é a busca da paz, do respeito à diversidade e do reconhecimento que somos únicos.

Só a partir do reconhecimento da diversidade, que é baseada em uma igualdade – a de sermos, antes de tudo, seres humanos – é que podemos construir um mundo mais justo. E nele, construirmos, também, uma base para os direitos humanos, calcado na coabitação, que respeita diferentes, mas ressalta identidades.






Fonte: http://linoresende.jor.br/diversidade-e-direitos-humanos

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